Carlos Costabeber

Uniformes para proteger os carentes no inverno

Carlos Costabeber

Em janeiro de 2022, liguei para o general Ribeiro, comandante da 6ª Brigada de Infantaria, perguntando sobre o destino dos uniformes dos militares que estavam dando baixa. A resposta foi um choque de esperança: “É um problema, pois a lei manda que sejam incinerados. Temos muito material guardado”.
Perguntei: “O Exército poderia destinar esses uniformes para serem tingidos e entregues para pessoas carentes?”. “Penso que sim”, respondeu.

Um bom problema

Mas como fazer o tingimento, em que quantidade de peças e quem pagaria esse custo? O primeiro passo foi buscar na Engenharia Química da UFSM uma solução de tingimento. Com o apoio do Prof. Éderson, foram feitos testes, que resultaram na viabilidade do procedimento (apesar de o material ser 67% sintético).

Parceria Unicred

Em maio, procurei o amigo Dr. Flávio Jobim, presidente da Unicred. De pronto, ele colocou a equipe do Instituto Unicred no jogo, e iniciamos as questões legais, técnicas e financeiras. O primeiro empecilho: o custo ficaria inviável, tanto para contratar empresa especializada, como para tingir em Santa Maria (exigiria uma estação de tratamento ao custo de R$ 1 milhão).
Mas, enquanto isso, recebemos do Exército e entregamos para a cooperativa de catadores e recicladores (CRIR) 500 pares de coturnos e tênis em muito bom estado.

600 uniformes tingidos

Depois de resolvidos os entraves, recebemos 600 peças de calças e gandolas (foto), que foram levados para tingimento. O custo foi bancado pela Fundação Unicred.
Enquanto isso, fomos autorizados a receber outras peças do vestuário que não necessitam de descaracterização: ceroulas, camisetas, luvas e meias. Em breve, estaremos distribuindo esse material às entidades selecionadas pela Fundação.

Milhões de peças nos depósitos

A legislação protege os uniformes militares descartados, para evitar o mau uso. Mas o Brasil é um país com milhões de carentes que podem receber todo esse material (descaracterizado). É o que estamos fazendo, de forma inédita no Brasil.
Agora, imaginem, considerando o conjunto das Forças Armadas (federais e estaduais), é gigantesca a quantidade de material que é desativado (japonas, camisetas, calças, gandolas, calçados, calções, roupas de cama). Devem somar milhões de peças. Milhões!

Precisamos investir

Mas para viabilizar essa transformação, é preciso investir em usinas de tingimento, pessoal, logística, e por aí vai. Já cobramos dos senadores Mourão e Heinze recursos para essa nobre iniciativa. Também queremos empresas comprometidas com a Agenda ESG, para uma ação permanente a nível nacional.

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